sábado, 3 de setembro de 2011

Pequeno bloco de luz e nebilna.

Aquelas paredes ornamentadas em três cores apenas pulsavam olhos que nos admiravam, ainda que em reprovação. Uma reprovação silenciosa única dos olhos planos e fixos encrustados na realidade por rolos e pincéis.
Os faróis eram fraca luz perante o espectro luminoso e artificial que era lançado sobre nós, por incoerência, vindo de baixo. Buzinas e motores. Vozes em algazarra. Músicas e batidas.
O ar gelado transpassando as fibras e tramas das roupas de nós turistas incautos de um mundo imprevisível e adolescente.
Fez-se silêncio. Silêncio cortado pelo calor inóspito: de baixo. De dentro. Do seu corpo. Do meu corpo. De nossos corpos. Colados.
Exalando aromas inesperados, tocando cada parte de meus sentidos. Com sua pele, mãos, braços, pelos e encantos. Despigmentados. Por um momento eterno. Plenos.

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