segunda-feira, 24 de abril de 2006

ninguém vai me dizer o que sentir

Eu, bem, hoje estanquei minha veia poética - que deve ser no máximo um vasinho.
Não vim aqui encher os olhos de ninguém, nem arrancar elogios da crítica.
Vim aqui derramar lágrimas de lixo tóxico sobre o teclado surrado, eu vim aqui para um puro desabafo, para mim e não pra mais ninguém.

Eu nasci sentada num bloco feito de Lego. Um a um as peças tem sido tiradas. Aos poucos, arrastadas, em silêncio tantas vezes... Vez por outra fazendo grande estardalhaço.
e fui aprendendo, a caminhar a passos largos, pulado de peça em peça, sem cair pelos buracos.

Quando enfim chega o ano da virada, e minha vida tem de uma hora pra outra outro tom
Vem os homens, os homens fortes
Puxam meus blocos
Sem dó
Aosmontes
Praonde?

E nas pontas dos pés
Exercito meus saltos
Mas estou caindo
Consigo poucas vezes segurar com as pontas dos dedos
Outras salto tão longe - como se nunca tivesse abandonado uma vida de atleta


Mas minhas pernas estão cansadas
E eu não tenho mais onde me apoiar.