quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Cidades da mente

Nasci paulista e paulista me fiz.
Quando me dei por mim e tomei consciência de vida já era assim. E escolhi que assim continuaria até o fim dos meus dias: Nunca considerei seriamente deixar São Paulo por mais de um ou talvez dois meses. Tempo de férias. Mais que isso? Eu suava frio.
Sou a única pessoa que já conehci que tem alergia a ar puro, é apaixonada por congestionamento e amam ficar horas dentro de um ônibus em horário de pico- desde que sentada, fique claro.
Meu sangue, meu coração, minhalma, assim creio, são paulistas,
Sempre gostei de viajar. E, mais que isso, sempre gostei de voltar pra São Paulo.
Era uma guia nata: São Paulo, quintal daminha casa. Entendia a tresloucada megalópole como poucos. Era frequentemente consultada sobre rumos, ônibus, programas e todo etc que só existe em São Paulo.
Meu corpo e São Paulo: a mesma carne. Dividíamos, certamente, muitas veias. Artérias não.
Os rumos fluiam. Nunca me perdi em São Paulo.

Mas é claro que a vida não é assim, tão óbvia, tão escraxada, tão linear quanto queremos. Por um amor mais forte - ou simplesmente mais urgente- do que o meu por São Paulo fui parar numa ilha. Não era ilha de Lia.. Na verdade, não é uma ilha de ninguém e abriga poucas pessoas. É uma ilha que bricna de ser cidade fantsma de faroeste.
Nunca mais me senti fluir. Fiquei estanque. Me fechei. Murchei. Queimei. Salguei. Chorei.
Por fim- fugi.

Geraes. O verde da Geraes me conquistou a primeira vista. Uma estrada tão verde que era quase uma mundo de sonhos prosáico- apesar do pesadelo que vivi ao chegar aqui.
Perdi os verder encantos há alguns quilometros daqui. Ainda assim me encantei pelo mapa. Cidade planejada. Ruas do Brasil.
Ruas que fluem - e eu, então, passei a fluir com as ruas. BH flui. de uma forma que jamais poderia uma ilha fluir. E, mesmo derramando lágrimas, e bebendo lágrimas de um céu que é ifinitamente triste nessa época do ano fomos flertando.
A arte de andar nas rua de BH encanta, quem tem olhos sutis. É uma menina. tenho pra mim que BH é uma menina-moça. (E eu me assusto com a beleza das meninas-moças, por em parte sentir uma atração por elas que eu não entendo)
Não quis abrir as pernas, até que tive, me deixar ser penetrada por BH... insistiram, seus ônibus que batem a minha porta a qualquer hora do dia. Entrei- fui entrada- entrei.

O que era lago virou correnteza
...
Caminho por essas ruas como se fosse nata. Me destaco entre seu povo por meus dizeres, por meus olhares, minhas cores. Mas as ruas não se importam com isso. As ruas não tem preconceitos. As ruas estão se ramificando em mim. A operação foi feita. Minhas veias não correm mais pelas ruas de Sampa.

Meus espírito, esse sim, sempre será bi-corpóreo.