domingo, 21 de fevereiro de 2010

A morte de um vulcão, ou, crônica sobre o intervalo.

Interludium
Se não escrevi mais não quer dizer que tenha passado todo esse tempo sem viver, passei foi muito tempo sem sentir.
A tal da corda bamba foi engrossando, pra cavalo, pra meio fio, pra estrada, pra autoban então, não tinha nada de intenso, nada de profundo, só caminhar em frente.
Nada de sedutor, nem nada de dislumbres. Nem ao menos dores ou mágoas profundas o suficientes para derremar lágrimas. Nem sorrisos que durassem até o dia seguinte.
Apatia?
Talvez, mas não aquela apatia doente da depressão, aquela apatia de olhos vazios que contemplam o abismo conformadas que o salto eminente.
Era um céu de seis da manhã, um claridade dúbia, serena, mas êfemera. E falsa.
Pode ser o que todos almejam, o caminho do meio, paz de espírito, whatever queiram chamar. Tão mainstream. So make sense.

Poderia ter continuado assim, por tempo indeterminado, e para alguns, talvez eu pudesse figir que era suficiente, que eu era feliz.

Pra mim?
Conformismo. E sou tudo, menos uma coformada...

Mesmo os furacões adormecidos voltam a vida e mesmo que eu tenha cimentado, trancafiado meu coração e com eles tudo de colorido e lúdico que eu sou, uma hora tudo iria transbordar.

E elas voltaram: os sorrisos que duram até o dia seguinte e as lágrimas que duram por uma semana. Conversas intensas e profundas com a minha mãe. Mudanças de rumo. Quebra de paradigmas. Tudo que faz de mim humana.

Tenho tantas histórias para contar e tão poucos ouvidos pronto pra elas. Tantos sonhos e tantas cores.
Abandonei o monocromático. Assumi o arco íris. O arco íris que vive em mim é o que transborda dos mundos inomináveis.
Voltei a ficar em dúvida.
Não há vida, sem dúvida.

E, entrementes, eu diria agora, pra parecer culta...

Por mais madura que eu seja, a grande lição é que eu sempre amarei como uma menina, porque meu coração ficou perdido no país das maravilhas. Junto com minha mente. E daí você pode entender onde tudo isso faz sentido.

Nenhum comentário: