quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Perspectiva

Tendo desgastado os olhos de Tandera
Vejo hoje o mundo sob uma névoa fina
Outrora me orgulhava de ver ao longe
Hoje tendo a ver em perspectiva.

Perfil de um velho leão laranja a me observar
Enquanto luto contra mim mesma
Contra a forma que a gravidade me atinge
- Sempre rumo ao fundo do poço.

Estagnação não me assusta
Óculos não me cegam
O amor não me alimenta a alma bulimica
Só restam pegadas marcadas na poeira densa.


Tudo fora tão grande que, hoje em dia
Pequena sou e sufocada fico
Num mundo onde nada se encaixa
Agradeço por ter perdido parte da visão.

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